Marcelo Fiuza
Chorei como um menino ao ver a bandeirada na chegada do Iron Biker Brasil 2009, domingo passado (17). Cena de filme, vi em flashback o médico um ano antes avisando que deveria praticar esporte, pois o exame de sangue estava bem alterado. Lembrei da compra da magrela na época e dos milhares de reais investidos. Passou pela cabeça o primeiro tombo, o segundo, o centésimo, todos doídos e que me remetiam à ordem do treinador: “É sofrido mesmo, não pode distrair e tem de fazer força”. Lembrei das várias festas perdidas para acordar cedo e treinar. Veio à memória Pedro, meu filho, negligenciado nas últimas semanas pelo mesmo motivo. Tudo isso veio à tona naquele domingo, ao receber a medalha dada a quem completa os dois dias da maratona – 130 km de trilhas, barro e chuva.
Mas, catártico, o choro só passou quando me dei conta que o exame médico feito na véspera não acusou mais alteração, que todo o sofrimento físico resultou no fim de uma tão combatida barriguinha, e que Pedro disse estar feliz com o “novo” pai pedaleiro com quem agora sai para passear no mato. Esse é o prêmio, e vale o esforço.
Texto publicado na edição de sábado, 24, do jornal Pampulha.
Marcelo Fiuza: cliente Magrela’s nas clínicas de pilotagem e personal training.
